Chance The Rapper diz ser um rapper cristão, que não faz rap cristão

Chance The Rapper não gosta de ser rotulado. Mas, ele se considera um rapper cristão que não faz rap cristão – ou gospel, na realidade brasileira. Chance fez a afirmação na entrevista que prestou a Jordan Peele da Teen Vogue.

“Quando eu estava saindo do meu ambiente e tentando dar totalmente glória a Deus, eu temia que as pessoas fossem desprezá-lo, como: “isto é rap cristão, eu não vou nem tentar ouvi-lo”, diz ele. “Mas é o total oposto: as pessoas aceitaram muito isso. Eles dizem: “eu sou ateu, mas adoro Coloring Book”. Ou eles dizem: “estou tão feliz por ter conseguido me aproximar de Deus através desse projeto”. As pessoas haviam formado opiniões sobre o que eu coloquei no mundo. Acho que este é sempre o objetivo da arte, fazer as pessoas se questionarem.”

Numa das perguntas anteriores, Chance The Rapper disse que quando estava produzindo “Coloring Book” sua intenção era ser “um farol para artistas independentes e fabricantes de música”. “Eu não sabia exatamente o quão grande o impacto isso seria. Mas [por causa] da luz e da pureza do álbum – o que eu estava tentando mostrar às pessoas – percebi que havia muito trabalho que iria de mãos dadas com ele. Foi isso que me levou a me envolver mais nas escolas e na minha igreja. É legal dizer coisas, mas se você pode fazê-las, [o] torna real.

Perguntado sobre a estratégia do seu processo criativo, o artista de Chicago observou que não faz planejamentos, mas as canções surgem como apostas.

“Um grande exemplo é uma releitura que eu fiz da canção “Quão Grande é Nosso Deus”, que costumávamos cantar na igreja o tempo todo. Minha prima Nicole cantou a música em três eventos diferentes e muito importantes na minha igreja: o batismo da minha filha, o funeral do meu tio e o funeral da minha avó”, expressa ele. “Cada vez que eu o ouvia, eu sentia algum tipo de chamado, mas eu não entendia completamente o que estava destinado a ser na minha vida. Eu a gravei, e eventualmente coloquei no projeto. Terminou sendo a canção que eu executei no Grammy. Eu não poderia dizer que era meu planejamento ou minha intuição, mas eu sabia que era importante.”

Na conversa de capa da Teen Vogue, Chance e Peele falaram sobre seus heróis (Kanye, Dave Chappelle, Barack Obama), na música, cinema e vida, e sobre romper estereótipos através da arte.

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