Venda de música em plataformas digitais supera os CDs

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Pela primeira vez o faturamento de música digital superou o das físicas. As vendas digitais agora são responsáveis por 45% da receita, enquanto às físicas atingiram 39% (- 4,5%). O relatório anual da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês) mostra que o digital, impulsionado pelos serviços de streaming, arrecadou U$ 6,7 bilhões. Em 2015, o mercado global de música cresceu 3,2%, chegando à casa dos U$ 15 bilhões, o primeiro progresso em quase duas décadas de declínio.

Enquanto o consumo de streaming evolui com cerca de 68 milhões de assinantes (pagos), os downloads caem: no último ano a renda teve queda de 10,5%. A venda de CDs e DVDs também diminuiu, porém continua sendo o mais usado entre os consumidores de mercados importantes em todo o mundo, incluindo o Japão (75%), Alemanha (60%) e França (42%). Já os vinis estão rendendo. Só nos Estados Unidos eles foram responsáveis por U$ 416 milhões, superando os US$ 385 milhões do streaming.

O diretor do selo independente Imaginária Beats, André Luiz, acredita que o CD será extinto em breve, o vinil e a fita k7 vão prosperar e os serviços de música digital dominaram o mercado.

“Quem não gosta de ver a ficha técnica (geralmente os nascidos na segunda metade dos anos de 1990) vai continuar ouvindo na internet ou baixando os discos”, diz. “Os físicos vão para as mãos dos opostos, os pseudocults: aqueles que curtem colecionar, saber quem participou do projeto, onde foi gravado, apreciar a capa. Tem os fatores e valores sociais, econômicos e estéticos de cada local do globo que vai influenciar no consumo dessa música. Consumir música aqui é diferente dos USA, que é diferente na Jamaica”.

Mesmo com a explosão do consumo de música, a IFPI adverte que a remuneração não está sendo justa para os artistas e gravadoras. “Isto é por causa de uma distorção do mercado, resultando em uma lacuna de valor, que está privando artistas e selos a uma justa compensação pelo seu trabalho”, afirma a organização no relatório. No total de U$ 2,9 bilhões, Spotify, Apple Music, Tidal e Google Play Music proveram US $ 2,0 bilhões.

Chad Horton, diretor de marketing da distribuidora norte-americana Syntax Creative, observa que o retorno financeiro dos serviços de streaming ainda é inferior aos de download, mas que ele deve crescer em longo prazo. “Essa ferramenta está disponível há pouco tempo, com o passar dos anos artistas e rótulos vão se adaptar. Quem não mudar ficará para trás.”

Entre os 19 mercados aferidos, a América Latina foi o que mais crescimento. Movimentada por Brasil e Argentina, a região teve o maior nível de rendimento, atingindo 11,8%. No Brasil, de acordo com a ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos), o mercado fonográfico (físico e digital) teve aumento de 10,6%, impulsionado pela continuidade do crescimento da área digital (+45,1%). As receitas com a distribuição de música em formatos digitais representaram em 2015, 61% do total combinado físico e digital, comparados a 48% em 2014″.

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