Bizzle fala sobre os protestos em Ferguson e injustiça racial na música “Hood Cries: Unjust Scales 2”
Em Hood Cries: Unjust Scale 2, Bizzle aborda um tema que continua em destaque nos noticiários internacionais: O assassinato do jovem negro Michael Brown (18 anos de idade, desarmado) por um policial branco na cidade de Ferguson, Missouri (EUA).
No comunicado de apresentação do single, o rapper diz que a brutalidade policial não é algo novo. “Só que ela está sendo mostrada com mais frequência ultimamente, não para esclarecer, mas para causar divisão (entre as comunidades). Essa divisão não vem por causa da brutalidade real, mas porque as respostas à injustiça são diferentes”, diz ele.
Olhando toda discussão em torno do caso com outros olhos (assim, como muitos outros artistas), o rapper direciona sua canção para aqueles que em pleno século XXI ainda estão com os “gritos” ignorados. “Muitos de vocês vão olhar para este caso e dizer: Você não sabe da história completa. Mas não se trata de um caso. Trata-se de John Crawford e Eric Garner (também desarmados e mortos pela polícia) na semana anterior, etc. Muitos de nós já passou por essa mesma situação e ainda temos visto isto acontecer com nossas famílias. As pessoas estão cansadas de ter sua realidade desconsiderada como simplesmente uma invenção da sua imaginação”, observa. “Todos nós percebemos que embora não seja toda a comunidade negra, todos nós conhecemos em quais pessoas ela se aplica, de modo que ninguém possa defender. Mas sempre que se fala sobre temas raciais sensíveis, em seguida, a divisão acontece. Corações estão expostos, minha capacidade de ver claramente as coisas é questionada, e meus motivos, de repente, são questionados por pessoas que têm até este ponto a crença de que eu saiba tudo sobre verdade e justiça.”
Por ser claro e objetivo, o rapper, que recentemente se envolveu em polêmica (sendo até ameaçado de morte) após criticar veementemente o homossexualismo na faixa Same Love (Response to Macklemore) – resposta à música (de mesmo nome) de Macklemore, que exalta a união entre pessoas do mesmo sexo -, já espera que a repercussão de sua nova música não seja bem aceita por algumas pessoas. “Vamos ver se você é capaz de dizer: Eu sei que não se aplica a todas as pessoas brancas, mas eu sei em quais pessoas ela se aplica. Porque, a fim de manter-me dizendo “Somos um em Cristo”, sua resposta não deve mudar cada vez que alguém muda. Estou preparado para perder fãs e qualquer outra coisa que possa vir”, conclui.
O último disco de Bizzle, “Well Wishes”, lançado em Julho e disponível para compra nas lojas virtuais, tem 100% dos lucros das vendas destinados para a construção de poços de água em Moçambique, na África.
Escute Hood Cries: Unjust Scale 2:
