Derek Minor lança o videoclipe de “Free”; assista legendado

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Derek Minor lança o videoclipe de “Free”, música que escreveu após ver o vídeo da morte de Alton Sterling em Baton Rouge, Louisiana. A letra é forte e retrata o sentimento de Minor ante a barbárie.

Em seu blog, Derek conta como música surgiu e um pouco mais:

“Em 2006, o primeiro vídeo que lembro de ver on-line foi o ‘Afro Ninja’, um negro atlético com cabelo afro em frente a câmera com a confiança de 10 Kanye Wests. Ele deu um sorrisinho e tentou uma pirueta que acabou numa queda de cara no chão de proporções épicas. O que me surpreendeu foi que ele tentou levantar e terminar a rotina que tenho certeza que ele treinou várias vezes. Ele gira os nunchakus, mas uma hora sai caindo para fora do quadro e cai no meu arquivo do cérebro de altas risadas. Ah, a alegria da tecnologia!

À medida que o tempo passou, vimos mais conteúdo enviado para a internet todos os dias. Junto com as coisas engraçadas, vimos também um pouco do lado mais obscuro da humanidade arquivado na internet. Mas foi há algumas semanas que recebi um vídeo muito perturbador. Um amigo me enviou um link com um texto que dizia ‘de novo, não’. Era o vídeo da morte de Alton Sterling. Meu coração se entristeceu. Eu disse à minha esposa que precisava ir ao estúdio. Ela sabe que é o meu lugar seguro. Eu só queria brincar no teclado, mas três horas depois, a música ‘Free’ estava masterizada e no Soundcloud.

Quem diria que nos dias seguintes veríamos a morte de Philando Castille, a morte de policiais em Dallas e Baton Rouge e o terror internacional.

Eu não quero tratar agora das complexidades de preconceitos raciais nos Estados Unidos. Escrevi sobre isso em um artigo chamado ‘The Case for Love’, após a morte de Mike Brown. Mas o que é aparente é que existe um problema real. Nossos Estados Unidos não estão ‘unidos’, mas separados. Temos que admitir isso. Admitir que existe um problema real é o primeiro passo para encontrar uma solução. Não é um problema de negros. Não é um problema de brancos. É um problema dos americanos. Nós não precisamos de políticos sensacionalistas usando esses problemas como plataforma para ganharem poder. Precisamos de uma reforma verdadeira, soluções verdadeiras e começa com TODOS nós.

Eu quis trazer essa ideia à vida no videoclipe para a minha música, ‘Free’. Eu acho que nosso país tem dormido. Estamos muito preocupados conosco para estarmos ‘unidos’. Neste momento, nossas emoções estão elevadas e todos querem mudança.

O que faremos?

Sinceramente, eu não sei. Essas questões são tão complexas e de raízes profundas, que não ouso me gabar de ter a resposta. O que sei é o seguinte: é claro que não é justiça com as próprias mãos. Nós temos um sistema judiciário por um motivo, e se indivíduos começarem a se tornar nossos juízes, júri e executores, o caos se instala. Eu sei que a resposta não é o silêncio. Muitos têm dito, pelo bem da unidade, que eu deveria ficar quieto. Existem grandes problemas com essa declaração. Para começar, não estamos unificados. É só olhar em volta, que você vai ver que é verdade. O silêncio só afirma uma falsa sensação de estar tudo bem, simplesmente porque aqueles que foram feridos não têm sido ouvidos. Isso permite que o medo, dor e opressão deles não nos incomodem. Temos que saber que a resposta não é ignorar o problema. Não se ignora o câncer. Embora não se veja os efeitos dele de imediato, vai matar você, se não o retirar desde a raiz. O que estamos vendo é o câncer ignorado e enterrado, na esperança de que ele vai se curar. Não vai.

Nós temos um país diverso, com dezenas de diferenças. Temos tantas culturas que agregaram muito à nossa grande nação. Não concordamos em tudo, mas temos que encontrar um terreno comum e começar um diálogo verdadeiro em nível federal, estadual e humano. Após o diálogo, precisamos agir em nível federal, estadual e humano. Nós não temos todas as respostas, mas se vai haver mudança, estou convencido de que temos que encontrá-la JUNTOS”.

Veja o clipe, com legendas, de “Free”:

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