Crente Crew encerra as atividades

Via Facebook, a banca Crente Crew (2C) anunciou oficialmente o encerramento das suas atividades. Postado por JP, o comunicado explica de forma criativa e, até mesmo descontraida, o porquê do fim, e os possíveis novos rumos de cada membro do grupo carioca.

A publicação é encerrada com uma citação de Lewis Guest IV, estudante da Bethlehem College & Seminary e especialista em Hip Hop residente na Desiring God, e agradecimentos a todos que fizeram parte da breve carreira do quinteto.

Com apenas um disco oficial lançado (disponibilizado gratuitamente), a 2C trouxe uma nova proposta de pregar o evangelho, utilizando todos os elementos do Hip Hop, sem se prender às quatro paredes  da igreja.

Leia o comunicado na integra:

R.I.P. Crente Crew

Eu e o Lucas estávamos conversando sobre coisas novas que queríamos fazer na crew. Mudanças que queríamos além da música. Era algo que iria desde a forma de escrever, até ao que dizia respeito à relação entre nós mesmos, como irmãos. Isso faz mais ou menos um ano.

Em seguida – não me lembro se foi na mesma semana – Ticão avisou durante uma reunião que sairia do grupo. A nossa reação foi, tipo: http://goo.gl/jkTmNF Sério. Me lembro que cheguei na reunião tarde, por conta do trabalho, e ele já tinha saído. Os muleques me contaram e eu achei que ele tava escondido em algum cômodo da casa do Lamp pronto para me zuar com um: “PEGADINHA DO MALANDRO!”. O que poderia acontecer tranquilamente, mas… não, aconteceu, e era à vera: Ticão lançou o eject (http://goo.gl/o89UE8).

Desde então continuamos a nos reunir. Consultamos amigos, colaboradores, gente de tudo quanto é lugar para colaborar com um estudo sobre a crew. E começamos a entender quem nós éramos e começamos a traçar alguns planos.

Ticão fora da crew; Lamp voltou para João Pessoa para terminar a faculdade e recarregar o sotaque; Adriano trabalhando igual maluco (nos mais inusitados horários e localidades possíveis) e já engatilhado pro casório; Lucas tocando com Mahmundi, Raphael Lucas, Iron Maiden, Jay-Z, Rihanna e outros; e eu tava mudando de igreja, com milhões de novas idéias, visões, conceitos, tb tocando meus trabalhos como sempre… enfim, uma loucura que naturalmente estabeleceu um “ano sabático” da crew.

É engraçado, mas o sentimento de fazer algo 100% novo é muito estranho. Pois ao mesmo tempo que você fica tristão em jogar fora tanta coisa legal, você também fica amarradão pelo caminho totalmente livre a ser traçado.

Dar espaço pro novo é se desprender de ego, de “deuses” estabelecidos, e porquê não: da incredulidade à respeito do poder criativo e infinito de Deus.

“Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo. Nem se põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o fizer, as vasilhas se rebentarão, o vinho se derramará e as vasilhas se estragarão. Pelo contrário, põe-se vinho novo em vasilhas de couro novas; e ambos se conservam”. Mt 9:16-17

Voltando de uma das reuniões tarde da noite, uma garota nos abordou – do nada! – num ônibus (457), dizendo que “TÍNHAMOS QUE VOLTAR” e dizendo o quanto fomos importantes durante sua conversão etc. Nem preciso dizer mais nada, né… Se colaboramos com a formação de pelo menos um(a) discípulo(a), a missão tá mais do que cumprida. E, ficamos muito felizes, porque MUITOS outros chegaram a nós durante toda nossa caminhada testemunhando fatos similares. Esse foi sempre o que nos motivou, ou pelo menos foi – dentro de nossas limitações – sempre o que tentávamos colocar como norte.

Crente Crew foi um grupo carioca que pregava o evangelho através da cultura Hip Hop. Simples. De uma igreja em Nova Iguaçu à boate na Zona Sul. Dos Arcos da Lapa à rodas de rima. Nunca nos achamos talentosos o suficiente, mas sempre tivemos certeza de que alguém tinha que fazer o que fazíamos.

Deus foi bom conosco, e dentro do que nos foi confiado, demos nosso melhor.

“Palavras carregam uma tonelada de significado. O maior e melhor uso das palavras é em comunicar a mensagem e poder do Amor de Deus aos pecadores. Disseram que o Hip Hop está morto. Fora de Cristo, isso é absolutamente verdade. Em Cristo, penso que, celebramos que o Hip Hop está mais do que vivo.” – Lewis Guest IV; da Bethlehem College & Seminary e Desiring God.

Obs 1: Não vou ficar aqui dando ‘spoiler’ de projetos futuros. Mas se rolar algo, vocês vão ficar sabendo. Ou não. rs

Obs 2: Quando o Lamp leu o texto, ele disse: “Mó vontade de chorar. Tá estilo Bell Marques quando saiu do Chiclete com Banana.” http://goo.gl/AYgW4p

Grande abraço, e obrigado à todos que fizeram parte dessa história.

JP, em nome de toda 2C.

#QuemTáJuntoFechaNoRolé

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *